Criação e interpretação 
TIAGO CADETE & RAQUEL ANDRÉ Consultadoria de figurinos:
CARLOTA LAGIDO 
Consultadoria de espaço cénico :
JOSÉ CAPELA 
Apoio à criação:
BERNARDO ALMEIDA 
Fotografias:
ANDRÉ UERBA:
Fotografias de Residência:
TIAGO BRÁS 
Fotografia promocional:
BRUNO SIMÃO 
Produção: 
MOLLOY 
Co-produção :
EIRA e TEATRO TABORDA
Residências artísticas: 
ESPAÇO EIRA 33, DeVIR-CAPa - CENTRO DE ARTES PERFORMATIVAS DO ALGARVE 
Projecto financiado :
DIRECÇÃO GERAL DAS ARTES 
Apoio à residência:
GESTÃO DOS DIREITOS DOS ARTISTAS (GDA) 
Apoios:
LIVRARIA TRAMA, MAUS HÁBITOS, OFICINAS DO CONVENTO




















01/07/2011
Faro (PT) DeVIR-CAPa 

08, 09e 10/07/2011
Lisboa (PT)Teatro Taborda

21/11/2011
Lisboa(PT) Temps d'Images 2011 


29/11//2011
Covilhã (PT)
1º Andar - Mostra de Criadores Emergentes










NO Digital é acima de tudo um coleccionismo de memórias, as que não tivemos, as que lemos e as que criamos...
Tiago Cadete & Raquel André

NO Digital, apresenta-nos um espaço repleto de centenas de cartas no interior de sacos de plástico cheios de ar, remetendo imediatamente para a memória distante de cartas a sobrevoarem by air mail para chegarem aos seus destinatários que, provavelmente, já não existem. As cartas são talvez um tesouro herdado ou fazem parte de um impulso coleccionista, provocando a curiosidade do espectador, logo desfeita pela redução de todas as personagens que nelas aparecem aos dois intérpretes: Raquel e Tiago são todos os pais e filhos, tios e sobrinhos, primos e primas, cujas palavras, encerradas em sacos de ar, encerram segredos, revelações, curiosidades, notícias, desejos e votos de Feliz Natal. Raquel e André multiplicam-se e reproduzem-se quase infinitamente sem quase mudarem de lugar. Pelo meio, surgem-nos imagens insólitas que sugerem (?) alegorias o que já não poderíamos fazer, escrever as cartas que gostaríamos de ter escrito ou que gostávamos que nos tivessem escrito com uma montanha de canetas Bic encerradas numa caixa de luz, ou travar um duelo de amantes com um objecto que dispara ar.
Mais do que o movimento de Tiago Cadete e Raquel André, com figurinos que remetem vagamente para os de space travellers, o que NO Digital constitui surpresa é como o movimento do espaço, que se vai transformando inesperadamente, se autonomiza às acções dos próprios intérpretes e, determinando-as, as transforma em memórias, como acontece com as cartas que um dia alguém, que nunca conheceremos, leu.
David Antunes